SUBSÍDIO PARA O ESTUDO DAS VERDADEIRAS RAZÕES POR DETRÁS DO PAROXISMO NA HIGIENIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NOS ANOS 2007 E 2008
“A Idade do Ovo Fresco Estrelado terminou.
E chegou a Era do Ovo Pré-Estrelado.”
E chegou a Era do Ovo Pré-Estrelado.”
(António Nunes enquanto Gothmog. A partir de diálogo retirado de O Senhor Dos Aneis: O Regresso Do Rei)
Mais um texto sobre a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica... e mais virão porque, mau grado o governo ter admitido excessos na actuação deste organismo, o pequeno gesto efectivador da sua extinção, que para muitos seria reconhecido com gratidão e apreço, não foi dado. Assim o quis o Destino e a maioria parlamentar e, como tal, o (não longe de Dias Loureiro nos seus tempos áureos) senhor António Nunes e seus colaboradores continuam com as suas acções espectaculares, incriminando, não Osama Bin Laden, mas os ‘maus’ cumplíces da existência de micróbios no planeta Terra. Sempre com os órgãos de comunicação social na sua esteira, dando conta do contributo da ASAE em prol do reino de pureza e bem-aventurança de que eles são os apóstolos. Tudo bem ensaiado, beirando o previamente orquestrado.
Restaurante no qual nos tentem convencer que a barata morta debaixo ou da omolote ou da salada ou das batatas fritas que pedimos como refeição é uma ameijoa preta, ‘oferta da casa’ e insuficiente motivo para levarem o nosso pedido para trás, é caso para uma inspecção manter o estabelecimento encerrado até que o seu proprietário o dote de condições higieno-sanitárias adequadas. Porém, não foi esse o caso de um que viu ser-lhe inutilizado uma peça de carne da qual tirara um bife quando, já no chão, foi regada com lexívia pelos inspectores; nem o da proprietária de um outro restaurante que foi proíbida de usar ovos frescos para os seus ovos estrelados, sendo-lhe imposto para o efeito o uso de ovos pré-estrelados. Não foi de todo o caso de um outro proprietário que, por não ter mencionado na ementa o (de menção obrigatória) vinho da casa (embora o tivesse para servir aos clientes), foi multado em 3000 euros.
Ninguém gosta de ser insultado, mesmo quando está em falta, e há um limite a partir do qual a razoabilidade da punição deixa de existir. Da eficácia da nossa reacção depende a seriedade com que o nosso protesto é visto e é dela também reflexo. Como a violência é contraproducente e há pratos que são melhores servidos frios, para que aqueles a quem concedemos o dever de conduzir a coisa pública pautem o seu modus operandi, aqui deixamos algumas sugestões de actuação. Se for alvo de uma inspecção:
a) Identifique todos os que nela estiverem envolvidos, tomando nota do nome, categoria profissional/ posto e entidade para a qual cada um dos envolvidos trabalha;
b) Registe tudo quanto for acontecendo, de preferência com o auxílio de armas de dissuasão como uma câmara de filmar ou de um gravador de voz, como os que existem em muitos dos telemóveis actuais. Caso não o possa fazer, arranje aque possa; caso não tenha (ou possa ter) câmara uma câmara ou um gravador, arranje alguém que tenha;
c) Arranje testemunhas, anónimas ou conhecidas, que sejam capazes de produzir testemunhos, capazes também eles de contar a história a rádios, televisões, jornais ou de a divulagar na Internet;
d) Tenha à mão uma lista de entidades que o possam ajudar: a sua associação de comerciantes, a secção de junta de freguesia e/ou câmara municipal que trate destes assuntos, o deputado que o representa na Assembleia da República, alguém de um partido político da oposição, o Ministério Público ou qualquer outra entidade judicial ou até mesmo a polícia.
Lembre-se que temos o dever de lembrar àqueles que se servem do Estado que, em verdade, eles estão ao seu serviço... de que estão ao nosso serviço e não nós ao serviço deles.
NINGUÉM
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