CADERNO DE SUMÁRIOS POLÍTICOS DAS AULAS DA “DEMOCRACIA, AGORA!"
Não há nenhuma outra razão para editar isto a não ser como exercício de memória. Pode vir a ser útil, pois a praga alastra-se e estar imunizado é sempre boa ideia. O grau de eficácia dessa imunização é conta para fazer depois.
Sumário nº 1 (até 16 de Outubro de 2009): Em Pittsburg, apesar da conversa do G-20 em regular os sistemas financeiros, a extrema desregulação de Doha da WTO/ OMC – começada por Bush pai e fechada pela Administração Clinton por Geitner, agora com Obama – é a porta do fundo. Aberta – pela União Europeia de José Manuel Barroso. Contra aqueles que protestavam havia pelo menos 5000 polícias de intervenção – cerca de 10 polícias por manifestante – e o ‘canhão de som’, uma novidade recente no campo das armas de ataque usada anteriormente numa convenção do Partido Republicano em Nova Iorque – salvo erro – e, antes disso, usado pelo exército dos Estados Unidos durante a invasão do Iraque e do Afeganistão ordenada por George W. Bush. A arma, manufacturada pela American Technology Corporation de San Diego, socorre-se de certas frequências que podem causar o rebentamento dos tímpanos e a sangria do ouvido interior e pode resultar numa aneurisma ou na morte.
Na reforma da Saúde, o plano Baucus obrigava todos a terem um seguro de saúde. Caso não o tivessem, seriam multados. Um estudo tinha revelado que todos os anos morriam 45.000 norte-americanos por falta de seguro de saúde. Nas Honduras, o presidente leito deposto por um golpe de estado, continuava preso na embaixada do Brasil. O representante dos EUA na reunião de emergência da Organização de Estados Americanos, Lewis Anselem, disse que o regresso do deposto fora uma tolice – de notar que o autor da afirmação já trabalhou na SouthCom, o ramo do Pentágono para a América do Sul. Os perpetradores do golpe de estado foram treinados na “School of The Américas”, instituição – também conhecida por ‘Escola dos Assassinos’ – de onde saíram todos, ou quase, aqueles que perpetraram golpes de Estado na América Latina.
Um antigo inspector de armas da ONU nos anos 90 de nome Scott Ritter alertou para o facto de que se estava a criar um ‘caso político’ acerca da propalada nuclearização iraniana. O Irão é signatário – Israel recusa-se a sê-lo, apesar do seu arsenal – do Acordo de Não-Profileração de Armas Nucleares. De acordo com o estipulado, o Irão tem de declarar, dentro dos prazos estipulados, a existência de novas instalações ou fabrico de material nuclear, assim como sujeitar-se às inspecções feitas pela AIEA. Nunca incorreram em incumprimento. O ex-inspector disse que a afirmação de Barack Obama quanto ao incumprimento do Irão estava técnica e legalmente errada. A nova central, declarada pelo Irão à AIEA, não estaria em funcionamento senão daí a um ano – o Irão só teria de o fazer 6 meses antes da entrada em funcionamento. A propósito de um caso recente, o Supremo Tribunal dos EUA preparava-se para decidir da constitucionalidade de uma lei anti-terrorista do PATRIOT Act, a qual tornava crime dar qualquer forma de ajuda – assistência humanitária incluída – a grupos de terroristas estrangeiros na lista do Departamento de Estado.
A actual administração norte-americana, na linha da anterior, ia expandir a produção de armas nucleares assim como aumentar tamanho e capacidade de duas centrais nucleares, uma no Novo México e outra no Tenessee. O imigrante afegão Najibullah Zazi acusado de querer perpetrar um ataque à bomba em sol americano, afinal não representava, segundo o director do FBI Robert Mueller, uma ameaça iminente, embora ele quisesse ver aprovada a renovação de três provisões do PATRIOT Act que permitiam, sem grande restrição, a recolha de informações pessoais e financeiras e de instalação de escutas. Dave Zirin falou das consequências negativas dos Jogos Olímpicos. Baucus, director da Comissão Financeira do Senado, recebeu contribuições de representantes de 37 lobbies de empresas privadas.
Ken Lewis, CEO do Bank of América, preparava-se para receber um pacote de reforma de 125 milhões de dólares. Os senadores democratas Patrick Leahy, chefe do Comité Judiciário do Senado, e Dianne Feinstein, tinham introduzido uma alteração de última hora aquando da revisão do PATRIOT Act, especialmente à secção 215, que passava a permitir a emissão de convocações para tribunais secretos sempre que a informação procurada disse respeito a qualquer tipo de investigação autorizada. Depois de Hillary Clinton ter encorajado o presidente Mahmoud Abbas a não dar o seu apoio ao Relatório Goldstone – um que, criticando alguma acção palestiniana, criticava especialmente a acção brutal dos militares israelitas durante o assalto a Gaza – a Autoridade Palestiniana deixou cair a exigência quanto à apresentação do relatório no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para votação, a qual o teria levado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que poderia ter como consequência a comparência de Israel no Tribunal Penal Internacional. O Haaretz noticiou que o Vice – Primeiro-Ministro israelita Moshe Ya’alon, anteriormente alto dirigente das Forças de Defesa de Israel, havia recentemente cancelado uma viagem a Inglaterra com medo de ser preso em solo britânico: ele e outros estavam a ser acusados de terem sido responsáveis pelo assassinato, em 2002, de Salah Shehadeh, alto comandante do Hamas.
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